CLICK HERE FOR BLOGGER TEMPLATES AND MYSPACE LAYOUTS »

quinta-feira, 25 de março de 2010

hoje foi um dia em que não acordei , não quis acordar sem esperança.





Hoje não acordo, simplesmente me deixei ficar. 
Depois de pensar , ler e reler o ridículo mail que recebi...resolvi ir ao dicionário e encontrar as várias definições e divagações para a palavra assédio , arrepiei-me com todas .
E mais arrepiada fiquei com a enorme cobardia de receber um mail assim.. tu sabes do que falo . 
Hoje depois de não acordar, deixei de te acreditar. 
Já não és o que eu sonhei, não podes ser ... 
Quem me diz coisas assim , não será nunca quem um dia poderá revolver as tais ervas altas que encontro no caminho ... e enganada andei, tentando disfarçar a dor , consulando-me com um novo querer, acreditando que podia sentir outra vez  sem medo de nada. 
E bastou isso, tão só isso , para que tantas histórias antigas me voltassem a bater nas paredes já endurecidas do meu coração .
De tanto que se passou , lembro-me que aquele magoar era suave e lento, entrou dentro de toda a minha pele, ao mesmo tempo que dava lugar à passagem da ternura. 
Foi um viver estranho, foi um sentimento inigualável . 
E estranhamente , depois de me sentir tão mal com o que li, depois de tanto me desiludir, com umas palavras num mail que parecia fabricado para dar a ler a terceiros.
 Penso em manipulação, penso em quem tem que salvar a sua pele. Se calhar erradamente , se calhar ...
Mais uma vez vou buscar a liberdade aqui para ao pé de mim,  tento adormecer abraçada a ela. 
Quase que me conformo, mas só quase, porque nunca me irei conformar com a injustiça de ninguém .
E sim, é claro que foste , há muito tempo que o  era,s duma enorme e dolorosa  injustiça.
 Terá perdão? claro que sim, quem se conforma ou finge perdoar, só na experança de se conformar . 
Quem tolera e quer conseguir acreditar, perdoa porque não julga ... 
Tem sempre perdão, curiosamente , sempre se perdoa.
Uma vez fui quase até aos limite do perdão , estive quase lá, do outro lado era só um abismo negro. 
Uma vez percebi que tanta gente prefere a sua solidão interior, do que dar o que tiver que ser.
Não penso que seja dotada duma compreensão extrema, porque extremos não há. Ou se compreende ou não. 
Quando não percebo , grito! 
Quero que me expliquem.
 Só ficarei em Paz assim.
E quase nunca ninguém me explica nada.
Tu , acabas por ser mais um inexplicado na minha vida,  que me prega estas partidas sem eu entender porquê, não sei o que a vida quer de mim...
Não sei o que quer que lhe prove mais, não sei porque me puxa até aos meus limites. 
Quer saber o quê? faz experiências mirabolantes comigo, só pode estar a experimentar qualquer coisa.
Hoje , sem acordar, acordo sem rancor, sem fúria , sem nada... abro os meus olhos profundamente triste . 
Penso nos rótulos, nos nomes que todos têm que dar sempre a tudo, para se sentirem melhor, será que se sentem melhor depois disso.... não sei ..pergunto-me o que leva alguém a deitar tudo a perder ...
Fraqueza extrema . 
Compreensão renegada , e temerosa. 
Os fracos não gostam de ser compreendidos, rapidamente assumem atitudes agressivas, geralmente por palavras escritas, com medo deles próprios. 
Olho para a almofada que aqui está e falo com ela, pergunto-lhe se me sabe explicar o porquê do medo... e ela que não diz nada, acaba por me dizer tudo com o silêncio.
Hoje vivo aqui, sozinha. Pensei até que sofria de solidão, mas a solidão não é isto...porque eu estou cheia de tanta coisa, porque consigo encontrar dentro de mim motivos para continuar a a pensar.
 E pensar cansa, mas faz-nos viver acompanhados.
Mesmo sozinha, vivo acompanhada por pensamentos e perguntas para as quais busco resposta .
A gente normal, formatada, inócua e adormecida , nada me diz. 
Por isso me apaixono assim, por quem tem mais alguma coisa, que mesmo escondendo-a de si mesmo, a  demonstra sem querer. 
Acabarei por fcar só, porque ninguém, nunca me conseguirá "aturar" nas minhas questões.
E relendo-te em mails mais antigos, sorrio com a tua admiração pelas minhas verdades .
Sorrio, não sei o que causo, não sei...não encontro resposta para isso. 
Não encontrei antes...não encontrei em ti... provavelmente não encontrarei em ninguém....
Escrevo coisas e mais coisas...comento, falo , escrevo ... 
Sinto mais depressa do que o que escrevo e por vezes sai tudo atabalhoado. As ideias parecem baralhadas nas teclas, e o pensamento escorre como uma cascata de água branca ...depois fica tudo em espuma.
Li e reli, nunca ninguém me tinha dito tantas vezes que me amava...terá sido o que me encantou...terá sido? 
E porque me encantam....com palavras e me degolam , a seguir, com outras ?? Com a mesma força... com crueldade...
Nunca perceberei o porquê. Nunca .
E acaba por ser só essa a minha dor...a dúvida. a incomprrensão de tudo 
Ficarei abraçada à minha solidão, acariciando-a , sei que ela nunca me deixará nem nunca me dirá nada do que já ouvi. Sei que nunca me vai  golpear  com naifas afiadas 


hoje foi um dia em que não acordei , não quis acordar sem esperança.


sábado, 20 de março de 2010

Hoje é o dia depois de vários dias de silêncio

Hoje é o dia depois de vários dias de silêncio

Hoje é mais um, mais um em que me perco fingindo que me encontro 
Acordo, almoço com os meus pais e levo a minha mãe a cinema , ao Londres, a minha mãe só gosta de ir ao Londres. 
:) lembraste do Londres? mesmo ao pé da tua casa ... e do Star , onde eu vi "Les uns est les outres" e me fartei de chorar.
Vimos uma comédia americana daquelas que fazem rir e nos contam uma historieta que nem eu sei se poderia ser vivida. 
Ri-me, não foi mau de todo.
A minha mãe já não consegue descer as escadas sem se agarrar ao corrimão.

Já não me ria há tanto tempo, e sabes... eu sempre gostei de rir, de dar gargalhadas por tudo e por nada. E lembro-me do que já te contei uma vez: 
quando o azeitoninhas era muito pequenino ...dizia-me :
- mãe, nunca deixes de me fazer rir . 
E ainda hoje tento, e mesmo tão longe de mim, aqui pela máquina que nos separa , todos os dias lhe digo coisas que o fazem rir. Cumpro o que lhe prometi , nunca deixeirei de o fazer rir.
Sente-me triste, e eu disfarço com piadas que tantas vezes me saem assim com sabor a nada.
Hoje , depois de te mandar mensagens sem resposta, aqui fico, pensando porque não me respondes. 
Será que quero demais , quando o meu demais é tão pouco. 
Senti-me ridícula, e quem não se sentiria assim, depois de tudo aquilo que aconteceu . 
Não sei olhar para a frente, simplesmente desaprendi como se olha, não sei encontrar figuras onde já vi tudo definido. 
Não sei , não vejo, não encontro nada.
Construí miragens na minha cabeça. 
Imaginei casas assim e assado, sofás onde nos podiamos sentar em silêncio, porque o silêncio até podia ser nosso amigo. 
Sim, também imaginei mini dispensas transformadas em roupeiros, imaginei estantes onde não havia espaço para as por, pensando com força eu teria  encaixado tudo, só para que tudo fosse verdade.
Aqui fico, a esta hora, sentada no sofá que conhecesses, pensando que a qualquer momento, posso sentir uma chave a rodar na fechadura. 
Só porque imagino...e só porque não sei, nem nunca soube,  interpretar o silêncio... e tantas definições encontro para ele ....silêncio que fala, que não fala, que grita, que ignora ...demasiado silêncio.
E eu que sempre gostei de tanto ruído bom , por todo o lado. 
Não te vejo há muito tempo, nem sei como estás, nem sei que luz te sairá dos olhos , nem sei o tacto das tuas mãos , não sei... nem sei se saberei...simplesmente nada sei, só porque não sei o que o silêncio me quer dizer .
E de olhos abertos durmo acordada pensando que alguma coisa vai soar, que o silêncio não pode ser eterno, e que se for eu continuarei sem saber o que fazer com ele .
Não suporto finais sabias... imagina ... não suporto
eu nunca leio os livros até ao fim sempre foi assim , só porque não me interessa como acabam 
não me interessa o final das histórias. 
E mesmo aquele que um dia escrevi, deixei sem final ...quem quiser que o acabe um dia.
Dizia-te que não podias, não podias entrar em mim...desarrumar tudo... e voltar a sair , em silêncio, devagarinho com pezinhos de lâ , assim como quem sai de mansinho para não ser ouvido por ninguém 
Eu parto-me aos bocados, e de forte tenho algo, de frágil desfaço-me sem ninguém ver só porque não o posso mostrar a ninguém .
Sabes, a vida fica sem sentido se não consegues partilhar o que te faz feliz.... as amarguras o sofrimento, a dor e a desilusão , até conseguimos não compartir com ninguém ... mas o que nos deixa feliz, mesmo as mais pequenas coisas , ´é tão difícil não partilhar. 
É impossível não partilhar a felicidade, mesmo nem sabendo o que isso é. 
Meu amor ( ainda te posso chamar assim? ) , hoje foi só um dia de mais silêncio. Não sei o que quer dizer. 
Não o conheço, e tal como da solidão, eu tenho medo do silêncio .
Instala-se dentro de mim, alimenta a tal solidão que há tanto se baloiça por aqui.
Decido que não sou um fantasma. Decido que existo.
Penso que todas as atitudes têm uma sequência , seja ela qual for.
E agora depois de teres entrado por aqui dentro, depois de teres dito tudo o que me disseste , não podes não existir ...não podes. E eu não sou um fantasma. 
Sou só diferente, e ao contrário de tanta gente.... eu apavorada, não tenho medo de ser ... não tenho medo de dizer 
Não tenho medo de dizer que te amo, só porque nada do que senti, e sinto, é mentira .
E de mentiras não conforto a minha vida. 
Não aprendi assim .
Nem sei se me queres para alguma coisa, já não sei se me queres, já nem sei se alguma vez quiseste o que quer que seja de mim... não sei se só pensaste, não sei se só desejaste sabendo que nada podias ter... mas repara, eu vivo sabias? 
eu sinto... não sou uma árvore que morra de pé.
E hoje quando acordei, pensei que poderia viver assim, sem ti, sem ninguém ...só comigo ... 
Provavelmente terá que ser assim, e eu tenho medo , tanto que prefiro pensar que está tudo ali guardado numa gaveta, que qualquer dia a gaveta se abre sozinha ... e me faz companhia.
Olhei-me ao espelho, emagreci... 
Olhei-me ao espelho .... e pensei que costumava ser fácil deitar o meu coração ao alto... costumava ser fácil viver pensando em amores que não foram... costumava ser fácil, arranjar amores fáceis ... costumava ser fácil não ter que dizer que amava ...
Há muito que não é assim.
E foram tão poucas as vezes em que disse que amava alguém , talvez porque guarde a palavra comigo, talvez por tantas vezes não ser verdade , eu não a dizia.
Quando o disse, e sempre que o disse a alguém saaíu-me assim daqui de dentro dum sítio qualquer, sem pedir licença... sem nada , s´o o disse ...assim. Amo-te. :)
Tal como to disse a ti , já tantas vezes nesta nossa curta, recente e adiada existência .
Olhei-me ao espelho... e senti-me humilhada por mim mesma, sensação conhecida. Guardada para sempre, voltou a aparecer 
E humilhada, é uma mistura de vergonha, desilusão, querer e não poder, impotência , e obstinação e traição .
Senti-me assim esta misturada ...
Só porque é preferível uma verdade arrasadora , do que uma mentira piedosa ... qualquer coisa assim que se diz por aí...
Meu amor , sou eu , sou só eu ... estilhaço-me tal e qual as ampulhetas, só porque não sei ser forte, só porque não me sei agarrar ao meu egoísmo .... e deitar tudo para trás das costas .... só porque me preocupas 
Só porque me preocupo, só porque não suporto ver ninguém sofrer , só porque estupidamente , prefiro tomar as dores de todos dentro de mim... porque ninguém merece que a vida não lhe traga felicidade, só porque ....sou eu 
Olhei a foto de há muitos anos, olhei o meu olhar ... eu sofria naquela altura sabias? tanto... que ninguém pode imaginar , preocupava-me com todos , queria que todos conseguissem tudo , deixava-me para trás , com aquele ar imperturbável ..
Nessa altura, eu não dormia enquanto não estivessem todos em casa . 
Posso dizer que te amo ? 
E porque te amo, sentindo que e apesar do silêncio te ainda me amarás .... não me posso sentir traída. 
Hoje o dia foi assim , todo misturado em mim.

hojé é o dia em que me prometo amar-te ao som desta musica que oiço 



e hoje decido que a música , nunca mais se vai afastar da minha vida 

sábado, 13 de março de 2010

hoje foi só mais um sábado

o dia depois de alguns dias quase a hibernar

Começo o dia pelo fim, estou aqui a esta hora, passa muito da hora em que já deveria estar a dormir.
Não sossego quando durmo, e por isso descanso cansada. Descanso, e falo com ninguém.
Publico a história de Alice no outro blogue, reescrevo...estava mal escrita, e eu cheia de pressa deixei que a mostrassem mal. 

Não sabia que conseguia chorar a ouvir o Abrunhosa....

Hoje o dia foi só mais um , mais um em que me conformo. 
Todo o dia pensei que não sei amar ninguém , durante todo o meu dia , disfarçei-me ouvindo em directo o Congresso do PPD, imagina!!! não podia arranjar um unto melhor para a alma. Bizarro, no mínimo.
E o dia foi só isso, enquanto ouvia discursos disparatados... afugentava os meus fantasmas com agulhas de tricot, e quase sempre calada , fiz quase um casaco inteiro.
Não encontrei dentro de mim nada que me dissesse o porquê...de mim..., talvez nem eu me conheça, não sei porque sofro a perca. 
Há tanta gente que não sofre nada !!
Não sei porque me insisto em ser assim, nem sei porque acredito tanto , nem sei porque o faço. 
Não sei porque me entrego sempre de alma e coração.... mesmo quando não sei se alma e coração haverá em  quem me entrego...
Pensei em ti, pensei em nós e nos sonhos.
Proibi-me de sonhar mais!
Quando sei que sem sonhor não saberei viver, mesmo que o sonho seja quase nada. 
Proibi-me até de pensar, desejei vejetar... não sei viver devagarinho, e nada nem ninguém me acompanha neste meu andar.
Os meus caminhos são cheios de ervas altas, nunca vejo o trilho, nunca vejo o final de nada. 
Caminho quase sem ver, só por intuição, consigo chegar às etapas onde me dizem que tenho que parar.
Ninguém caminha num caminho assim, eu nunca encontro ninguém...
Por vezes, e durante muito pouco tempo, alguém me aparece e me diz que vai andar por ali comigo.
Hoje sei que nunca ninguém vai pisar os mesmos ramos que eu, que ninguém vai querer caminhar sem sítio para se sentar.... hoje sei que sim.
E quem me segura na mão, e comigo dá dois passos devagarinho, rápidamente me larga... e tantas vezes sem me conseguir dizer nada...
Não sei se sei escolher o caminho. 
Sei que terei que andar por ali sozinha, e que sozinho ninguém sabe caminhar.... 
Não sei se voltarei a andar por ali... não sei por onde voltar a andar...
Decido não querer que me segurem na mão. 
Porque depois de aquecidas por alguém, as minhas mãos gelam e ficam retorcidas, entrelaçam-se em si mesmas e ganham uma vida que eu não controlo... 
As minhas mãos não gostam das reticências da minha vida, não gostam que as segurem  e que depois as deixem sozinhas.
As minhas mãos partem-se quando se entrelaçam entre si. 
Não sei como seguir este caminho, se não sei guardar as mãos dentro dos bolsos que não tenho. 
Os meus olhos ardem-me, desejando poder ser olhar de qualquer coisa, os meus olhos acabam sempre por não ver nada. 
Por vezes ficam assim muito abertos, querendo ver tudo duma vez. 
Algumas vezes alguém os beija, mas o tempo é breve... e eles lacrimejam mesmo sem quererem, e depois, depois... ardem-me dias a fio....os meus olhos avizam-me que não podem morrer salgados.
A minha boca fica seca, não tenho água que se beba neste caminho que escolho, não sei escolher os caminhos. 
Neste caminho sem água, a sede aperta-me o coração, a boca seca-me e pede-me que não vá por ali. Ali não haverá água, nem ninguém que a possa alimentar num beijo.
Por vezes, aparecem-me beijos longos, mas sempre tão fugazes... que a minha boca protesta e cerra os lábios com força, pedindo-me assim para que não a abra, para que não a alimente de beijos que acabam sempre por não ser nada....assim a minha boca não se alimenta. 
Fecha-se e já nem sorri.
Não tenho asas, se as tivesse voaria por cima deste caminho, e não teria que pisar ramagens verdes que tão depressa se transformam em troncos secos. 
Se as tivesse não fustigava as minhas mão, daria de beber à minha boca, e secaria os meus olhos inundados em sal. 
Mas não tenho meu amor... e não sei voar.
Se não caminhásse por ali sozinha, alguém me pegaria ao colo para não me cansar as pernas; algué me beijaria sempre que a minha boca o pedisse, alguém enxugava os meus olhos com beijos, bebendo o sal que os queima. 
Alguém me pegaria nas minhas mãos, e as aquecia sempre que tivessem frio, nunca deixando os meus dedos retorcidos....
Se alguém um dia, caminhasse comigo, neste meu caminho eu chegaria ao fim...mesmo sem ver o final, mesmo sem saber as paragens que teria que fazer.... alguém se sentaria comigo no chão, sempre que eu estivesse cansada.
Meu amor...se alguém confiásse em mim, trilhava este meu caminho , sem medo de cair.

E hoje o meu dia foi isto...pensei isto.
Pensei que não sei caminhar sozinha.
E hoje...já não sei que caminho escolher...ou se haverá ainda algum caminho por onde  possa andar...
Hoje sou eu que não encontro o meu caminho.
Hoje nem a minha Lua me aparece 


Talvez um dia...eu possa ser o olhar de alguém :)



































 










quarta-feira, 10 de março de 2010

acordei cansada de conseguir acordar.

O dia em que pensei que o amor se tem que tratar, como se trata um bebé.


Acordei cansada de dormir, acordei cansada de conseguir acordar.
Acordei cansada , deixei.me ficar
Ligas-te , com uma voz acordada e disseste-me para acordar.
Já ontem me tinhas dito para não me esqueçer de viver!
Hoje apeteceu-me não viver o meu costume, e sem me aperceber, fiz tudo aquilo que costumo fazer. 
Talvez com medo do que não conheço, tal como as crianças, encontro conforto em histórias repetidas adivinhando o final .
Não quero que a nossa história termine sem final nenhum, não quero que não começe. 
Disse-te que sim, que Upa! que iria sair de casa, que iria trabalhar ... 
Sentei-me na cama, depois de ter vasculhado toda a casa à procura dum isqueiro. 
E tu, gafanhoto, sempre com tantas coisas para fazer, tantas... e tão distantes de mim.
Adormeci e sonhei sonhos que me lembro de não gostar, não sei como eram , mas enxarcaram-me a cabeça em dor. 
Não comi, saí para a rua, andei de carro .
Levei um filme alugado ao clube de video , entrei em lojas para não compar nada.
Mando-te uma sms a dizer que ando ás voltas, a dizer que penso na vida. 
Queria dizer-te o quanto estava preocupada contigo. Não o disse para não te preocupar.
Estás tão longe, sinto-te longe, é normal ... não estás bem 
E transformamos estúpidamente, a felicidade em dor. Parece fado. Parece lamúria repetitiva. 
Eu não posso ser tu. Isso eu não consigo.
Partiste há uns tempos atrás, partiste e não voltaste mais... não te voam as asas. 
Perco-te no meu pensar constante, a dúvida constante, passeia sem eu querer à minha volta.
Em tudo isto pensei, durante as minhas voltas pensadoras.
Chego a casa e escrevo. Penso que sei escrever mas não sei.
Tal como me dizia ontem o "azeitoninhas":
- mãe tu sabes lá o trabalho que dá escrever!...
Eu sei lá---- não sei mesmo, a mim não me dá trabalho nenhum .
Meu amor ( deixa-me tratar-te assim), perco-te na minha cabeça, só porque não entendo a tua falta de urgência.
Não entendo os ritmos , não acompanho os compassos de espera , meço tudo por mim ...é só por isso.
Fazendo sopa, ali na mini cozinha, penso que não alimentamos o nosso amor. Podia ser com sopa de legumes, podia ser com ovos e espinafres. 
Podiamos comer os dois,  com amor. 
Matavamos dois coelhos duma só vez , alimentavas-te a ti e ...a nós .
O nosso nós tem sede. E dei de beber ao meu pai que me visitou pela noitinha,  bebeu da garrafa que ali está paar ele. Eu nunca bebo nada sozinha, não me dá jeito . E assim, o líquido das garrafas permanece no mesmo nível dias a fio. 
Se aqui estivesses, bebíamos a água com piquinhos que comprei muito antes de ir para Paris, continua ali, com o plástico que envolve as seis garrafas, e elas estão assim juntinhas , como nós não estamos.
Jantei a sopa que fiz.
E já depois da sopa, olho as imagens da televisão, que passa novelas umas atrás das outras.
Ouvi o presidente e não percebi nada do que ele disse, não percebo nada deste País, não percebo nada de novelas, não percebo nada de mim.... nem de ti. 
Nunca percebi nada do amor.
Mando-te uma sms pedindo para me ligares, respondes-me que vais sair, vais dar uma aula à noite.... 
e depoiis da noite começar, tu entras no mundo onde eu não posso entrar. 

E meu amor... é inevitável que encontre tantas semelhanças numa história arrefecida, não a quero requentar. 
Reescrevo a minha antiga história no outro blog, tanta gente a seguir...tanta gente a esperar saber o que se vai passar... e eu com medo de a tornar a viver....

Medo, e agora, avançada a hora. è sempre assim as horas da noite são poucas para mim...somos tão diferentes Quim , tão deliciosamente diferentes. 
Nesta avançada hora penso no medo, penso no que nos espreita, no medo presente em todos os actos, o medo que esfrega as mãos preparando-se para dar cabo de tudo.
Eu sinto-o, em ti.... em mim...
Sei que não estás nada bem , sei que não contas comigo, talvez por não estares habituado a ser importante para alguém . Sabes o que é o amor? 
Ninguém sabe...
eu também não sei... penso que mesmo não o conhecendo,  não o estamos a deixar viver. 
Como um bebé que nasce, e que por ser tão frágil, não sabemos o que fazer só para não o magoar. 
Só podemos alimentar os bebés quando nascem, só os podemos afagar no nosso colo, só podemos tentar que sorriam , só podemos agarrá-los para que sintam o nosso coração bater. Aos bebés fazemos assim, sem perceber nada deles.... choramos quando não sabemos o que lhes fazer... 
Lembro-me que foi assim com o azeitoninhas.
Ao amor, ou lá o que é isso, teremos que fazer o mesmo, abandonado não sobrevive. 
Morre um dia numa esquina qualquer, sem que ninguém dê por isso....
Amanhã é jantar de festa lá no escritório, lá vou eu apalhaçada.
E penso ...penso demais ... que depois de tudo e apesar de tudo, depois de todo o tempo passado, eu não sei ensinar o meu amor a ninguém . 
Posso dizer que te amo, assim devagarinho...?


e porque hoje estou assim