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sábado, 20 de março de 2010

Hoje é o dia depois de vários dias de silêncio

Hoje é o dia depois de vários dias de silêncio

Hoje é mais um, mais um em que me perco fingindo que me encontro 
Acordo, almoço com os meus pais e levo a minha mãe a cinema , ao Londres, a minha mãe só gosta de ir ao Londres. 
:) lembraste do Londres? mesmo ao pé da tua casa ... e do Star , onde eu vi "Les uns est les outres" e me fartei de chorar.
Vimos uma comédia americana daquelas que fazem rir e nos contam uma historieta que nem eu sei se poderia ser vivida. 
Ri-me, não foi mau de todo.
A minha mãe já não consegue descer as escadas sem se agarrar ao corrimão.

Já não me ria há tanto tempo, e sabes... eu sempre gostei de rir, de dar gargalhadas por tudo e por nada. E lembro-me do que já te contei uma vez: 
quando o azeitoninhas era muito pequenino ...dizia-me :
- mãe, nunca deixes de me fazer rir . 
E ainda hoje tento, e mesmo tão longe de mim, aqui pela máquina que nos separa , todos os dias lhe digo coisas que o fazem rir. Cumpro o que lhe prometi , nunca deixeirei de o fazer rir.
Sente-me triste, e eu disfarço com piadas que tantas vezes me saem assim com sabor a nada.
Hoje , depois de te mandar mensagens sem resposta, aqui fico, pensando porque não me respondes. 
Será que quero demais , quando o meu demais é tão pouco. 
Senti-me ridícula, e quem não se sentiria assim, depois de tudo aquilo que aconteceu . 
Não sei olhar para a frente, simplesmente desaprendi como se olha, não sei encontrar figuras onde já vi tudo definido. 
Não sei , não vejo, não encontro nada.
Construí miragens na minha cabeça. 
Imaginei casas assim e assado, sofás onde nos podiamos sentar em silêncio, porque o silêncio até podia ser nosso amigo. 
Sim, também imaginei mini dispensas transformadas em roupeiros, imaginei estantes onde não havia espaço para as por, pensando com força eu teria  encaixado tudo, só para que tudo fosse verdade.
Aqui fico, a esta hora, sentada no sofá que conhecesses, pensando que a qualquer momento, posso sentir uma chave a rodar na fechadura. 
Só porque imagino...e só porque não sei, nem nunca soube,  interpretar o silêncio... e tantas definições encontro para ele ....silêncio que fala, que não fala, que grita, que ignora ...demasiado silêncio.
E eu que sempre gostei de tanto ruído bom , por todo o lado. 
Não te vejo há muito tempo, nem sei como estás, nem sei que luz te sairá dos olhos , nem sei o tacto das tuas mãos , não sei... nem sei se saberei...simplesmente nada sei, só porque não sei o que o silêncio me quer dizer .
E de olhos abertos durmo acordada pensando que alguma coisa vai soar, que o silêncio não pode ser eterno, e que se for eu continuarei sem saber o que fazer com ele .
Não suporto finais sabias... imagina ... não suporto
eu nunca leio os livros até ao fim sempre foi assim , só porque não me interessa como acabam 
não me interessa o final das histórias. 
E mesmo aquele que um dia escrevi, deixei sem final ...quem quiser que o acabe um dia.
Dizia-te que não podias, não podias entrar em mim...desarrumar tudo... e voltar a sair , em silêncio, devagarinho com pezinhos de lâ , assim como quem sai de mansinho para não ser ouvido por ninguém 
Eu parto-me aos bocados, e de forte tenho algo, de frágil desfaço-me sem ninguém ver só porque não o posso mostrar a ninguém .
Sabes, a vida fica sem sentido se não consegues partilhar o que te faz feliz.... as amarguras o sofrimento, a dor e a desilusão , até conseguimos não compartir com ninguém ... mas o que nos deixa feliz, mesmo as mais pequenas coisas , ´é tão difícil não partilhar. 
É impossível não partilhar a felicidade, mesmo nem sabendo o que isso é. 
Meu amor ( ainda te posso chamar assim? ) , hoje foi só um dia de mais silêncio. Não sei o que quer dizer. 
Não o conheço, e tal como da solidão, eu tenho medo do silêncio .
Instala-se dentro de mim, alimenta a tal solidão que há tanto se baloiça por aqui.
Decido que não sou um fantasma. Decido que existo.
Penso que todas as atitudes têm uma sequência , seja ela qual for.
E agora depois de teres entrado por aqui dentro, depois de teres dito tudo o que me disseste , não podes não existir ...não podes. E eu não sou um fantasma. 
Sou só diferente, e ao contrário de tanta gente.... eu apavorada, não tenho medo de ser ... não tenho medo de dizer 
Não tenho medo de dizer que te amo, só porque nada do que senti, e sinto, é mentira .
E de mentiras não conforto a minha vida. 
Não aprendi assim .
Nem sei se me queres para alguma coisa, já não sei se me queres, já nem sei se alguma vez quiseste o que quer que seja de mim... não sei se só pensaste, não sei se só desejaste sabendo que nada podias ter... mas repara, eu vivo sabias? 
eu sinto... não sou uma árvore que morra de pé.
E hoje quando acordei, pensei que poderia viver assim, sem ti, sem ninguém ...só comigo ... 
Provavelmente terá que ser assim, e eu tenho medo , tanto que prefiro pensar que está tudo ali guardado numa gaveta, que qualquer dia a gaveta se abre sozinha ... e me faz companhia.
Olhei-me ao espelho, emagreci... 
Olhei-me ao espelho .... e pensei que costumava ser fácil deitar o meu coração ao alto... costumava ser fácil viver pensando em amores que não foram... costumava ser fácil, arranjar amores fáceis ... costumava ser fácil não ter que dizer que amava ...
Há muito que não é assim.
E foram tão poucas as vezes em que disse que amava alguém , talvez porque guarde a palavra comigo, talvez por tantas vezes não ser verdade , eu não a dizia.
Quando o disse, e sempre que o disse a alguém saaíu-me assim daqui de dentro dum sítio qualquer, sem pedir licença... sem nada , s´o o disse ...assim. Amo-te. :)
Tal como to disse a ti , já tantas vezes nesta nossa curta, recente e adiada existência .
Olhei-me ao espelho... e senti-me humilhada por mim mesma, sensação conhecida. Guardada para sempre, voltou a aparecer 
E humilhada, é uma mistura de vergonha, desilusão, querer e não poder, impotência , e obstinação e traição .
Senti-me assim esta misturada ...
Só porque é preferível uma verdade arrasadora , do que uma mentira piedosa ... qualquer coisa assim que se diz por aí...
Meu amor , sou eu , sou só eu ... estilhaço-me tal e qual as ampulhetas, só porque não sei ser forte, só porque não me sei agarrar ao meu egoísmo .... e deitar tudo para trás das costas .... só porque me preocupas 
Só porque me preocupo, só porque não suporto ver ninguém sofrer , só porque estupidamente , prefiro tomar as dores de todos dentro de mim... porque ninguém merece que a vida não lhe traga felicidade, só porque ....sou eu 
Olhei a foto de há muitos anos, olhei o meu olhar ... eu sofria naquela altura sabias? tanto... que ninguém pode imaginar , preocupava-me com todos , queria que todos conseguissem tudo , deixava-me para trás , com aquele ar imperturbável ..
Nessa altura, eu não dormia enquanto não estivessem todos em casa . 
Posso dizer que te amo ? 
E porque te amo, sentindo que e apesar do silêncio te ainda me amarás .... não me posso sentir traída. 
Hoje o dia foi assim , todo misturado em mim.

hojé é o dia em que me prometo amar-te ao som desta musica que oiço 



e hoje decido que a música , nunca mais se vai afastar da minha vida 

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