e divagando penso..
hoje, foi só um dia melhor que ontem . Foi só isso, ou tudo isso .
Nunca me habituei à espera.
Acordo já entrada a manhã, acordo, fumo e adormeço outra vez. Fumo sempre assim que acordo.
Toca o telefone com um convite , já esperado, para almoço em casa dos meus pais . Cozido à Portuguesa.
deito-me outra vez para baixo dos edredón , não me apetece ir, ou apetece ? ! ... nunca sei muito bem...
Deveria ficar a arrumar isto tudo, a levantar o varão do armário que já caio há mais duma semana.
Vou
Almoço igual a milhares dos que já tive. O cozido estava bom . Enquanto comia, pensava que deverias estar ali comigo. Já não me faz sentido que não estejas.
Sei que devo esperar, não quero esperar, não tenho tempo. Não tenho alternativa .
O tempo sempre foi o meu grande inimigo, em todas as encruzilhadas da minha vida.
Agora sem razão de tempo, encontro-te perdido nas minhas recordações...tão longes, tão perto .
Conheço-te , como te conhecia há tantos anos atrás.
Estranhamente, és igual ao que eras.
Estranhamente me apaixono por ti.
No meio dum pedaço de farinheira, penso que não é justo que ali não estejas. Nem para ti, nem para mim .
Penso , e divagando por aí ... vou pensando que tudo poderia ser mais fácil .
Se não existissem pessoas que nos prendem movimentos . Nunca somos inteiramente livres, só porque não sabemos ser .
Não fomos ensinados assim ??
E no meio duma garfada de arroz e duma conversa automática, penso que deverias estar ali comigo. Penso que nos deveríamos olhar, cúmplices, no meio daquela hortaliça toda! :)
Penso que dali, deveríamos sair para a nossa vida, para o nosso mundo que tarda em ser construído .
Muito tempo sem nada saber de ti. Muitos anos sem te ver, pensei já nem te conhecer.
Saio , vejo uma montra . Chove uma chuva miudinha que me molha e me desconforta.
Lembro-me que preciso dumas botas pretas, que não me apetece comprar.
Entro numa loja de decoração, dessas que saldam tudo e mais alguma coisa. Reparo em duas ou três coisas que ficariam bem na mini casa. Pego, viro, volto a por no lugar.
Despeço-me da empregada com um sorriso meio triste, e um murmúrio.
Decido não ficar triste, decido que hoje é um dia melhor que ontem .
Volto para casa, penduro o varão que teima em cair.
Lavo a cabeça na esperança de poder mudar de penteado. À força de tanto querer mudar, vou "mudando" as minhas extremidades . Corto o cabelo, corto as unhas, tiro o verniz.
Procuro que o meu corpo absorva estas mudanças , pequenas . Não consigo chegar ao coração , que tem vida própia, que se faz sentir como um estrondo, ou então quase para de inércia. Tal como o tempo, não o consigo controlar.
Ofereces-me a doce e suave perspectiva, dum amor calmo, tranquilo...perspectivo isso mesmo , muita tranquilidade, como se passassemos a viver dentro dum aquário de peixes coloridos. Onde nada se ouve, só se vê...devagarinho .
Sentada na sala, depois de tudo arrumado à pressa , olho a televisão nova que comprei num impulso.
Olho o computador que espera que te escreva um mail , onde te vou contar o que imaginei, como nos imagino.
Fico-me , divagando sobre esse nosso poder. O poder de imaginar!
Escrevo-te , um longo mail, assim conforme me vai saindo dos dedos, que por artes mágicas estão ligados à flutuação dos meus neurónios. E sorrio pensando que o "perigo" e o encanto, é mesmo esse. Escrevo-te tudo o que sinto, não conseguindo nem querendo, travar a trajectória que se inicia no meu coração e me percorre todo o corpo, alimenta-se dos neurónios que andam por aqui, e sai disparado pela ponta dos meus dedos .
Acabo de te escrever, releio o que te escrevi, rio-me da minha atabalhoada pontuação, e choro de esperança, tristeza e alegria. Coktail se sentimentos , que resultam num mesclado , ao qual não consigo dar nome .
Falaste-me da tua irmã , da sua visita inesperada e do bom /mau que tem estado a ser. Ouvi-te hoje de manhã, ligas-me com pressa à porta do super mercado onde irias comprar o almoço para os auto-convidados.
Falas-me numa caravana. Eu vou fazendo os meus "filmes" quase em silêncio. Sei que estavas com pressa, uma pressa que nem tu próprio consegues controlar.
Depois de te escrever, faço o meu jantar.
Abro o frigorífico e.... quase nada, além de coca-cola que não bebo, e água com "piquinhos! intacta na embalagem para quando chegares. No congelador uma caixa minúscula de empadão , que trouxe esta semana de casa da minha mãe, aqueço no micro -ondas, enquanto salteio espinafres numa frigideira cheia de azeite.
Como , sem pressa... mas quase a correr. De prato no colo , olhando para dois ecrãs ao mesmo tempo .
A comida só me sabe a comida .
Recuso-me a ficar triste, e hoje sei que é um dia melhor que ontem.
Fumo quase desalmadamente ..e penso naquela minha frase : "os cigarros apagados não apagam o fumo neles pensado..." . Concluo que não apagam mesmo.
Escrevo um texto no blogue, depois de ter respondido a um questionário meio palerma , que me mandaram como desafio.
Escrevo e corrigo , odeio pontuações. Nunca sei onde as colocar correctamente. Não tenho tempo para pensar onde deve ser a vírgula, não quero ter , agora não quero.
Escolho músicas e fotos que pretendem ilustrar o que escrevo, nem por isso são muito bem escolhidas,.
Penso que nada faço na perfeição , e lembro a voz do meu pai, quando era tão pequenina :
"Podes ser tudo o que tu quiseres, fazer o que fizeres, e o que quiseres fazer. Mas tenta fazer sempre o excelente, nunca o melhor, só o melhor não chega para te realizares". Naquela altura , estas palavras pareciam-me bonitas, mas não imaginava o peso que iriam ter em toda a minha vida .
"Podes ser tudo o que tu quiseres, fazer o que fizeres, e o que quiseres fazer. Mas tenta fazer sempre o excelente, nunca o melhor, só o melhor não chega para te realizares". Naquela altura , estas palavras pareciam-me bonitas, mas não imaginava o peso que iriam ter em toda a minha vida .
Postei um pedaço duma entrevista do Agostinho da Silva, onde faz considerações curiosas sobre, egoísmo , solidão e tolerância... fiquei a pensar se o egoísmo é assim tão abominável ... este homem faz-me sempre pensar coisas.
E divagando , penso... ( e esta foi uma frase minha que te fez sorrir , senti sem te ver , senti e ouvi o teu sorriso).
Acabo por não ter sono, adiantada já a hora na madrugada, penso que nasci para escrever de noite.
O livro que não leste, escrevi-o assim em madrugadas seguidas. Nessa altura emagreci muitíssimo, quase não comia. Dormia, escrevia e tomava comprimidos.
Depois de tudo mais ou menos em ordem aqui em casa, penso que poderia estar tudo desordenado que seria exactamente igual. Não respondi a uma chamada da minha prima, para um café. Só porque não me apetecia não falar de ti.
De repente, lá em casa deixaram de perguntar por ti.... não é por mais nada... deve ser só porque deixei de falar... Por isso , tantas vezes nem sabem o que me dizer, porque não percebem o que vai dentro de mim . E eu disfarço, sorrindo , rindo ..falando de banalidades mais ou menos interessantes.
O meu pai está perfeitamente lúcido. A minha mãe vai começando a ter alguma dificuldade em encaixar tudo. E eu injustamente, sem paciência para ela .
O meu filho vai-me dizendo no gtalk, que vai estar muito frio em Paris, temperaturas abaixo de zero.
Começo a programar mentalmente a minha viagem , não vai ser uma viagem confortável, vamos dormir tipo "gado" , mas não há-de ser nada. Depois te contarei .
Hoje, de facto, nada fiz de especial....
Foi só um dia melhor que ontem
Ontem nada disse, nada escrevi. Desiludida por expectativas criadas, entristeci .
Crio outro blogue , onde escreverei sem ninguém ver :)
:::: e dou por mim a pensar que esta coisa dos blogues ...servem para nos confortar a solidão ... deve ser por isso que as pessoas têm blogues
Tomo o comprimido, aquele que eu já não queria tomar, espero o sono que a esta hora ainda não chegou . Sei que preciso de ler, mas não tenho livros que queira.
Sei que preciso de escrever outro livro, começar ....
Agora imagino-me outra vez , a escrevinhar junto a ti , em silêncio , numa nossa casa qualquer .
Comprei cigarros à tarde, ultimamente fico a olhar para aquelas máquinas horrendas sem saber o que escolher para fumar, é estranho.
Aqui na televisão passa um filme ao qual cortei o som , quase sempre faço isso, corto o som da televisão.
Já é tarde , vou deitar-me de olhos abertos. O sono há-de vir, devagarinho
acabo dizendo-te que te amo
e de repente fico obcecada por esta música
sou esquisita ..eu
e de repente fico obcecada por esta música
sou esquisita ..eu
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